CASTRAR, SIM, E O QUANTO ANTES
Quem convive com os cães sabe. De repente, lá pelos 8 meses de idade, o filhotinho brincalhão começa a ficar adulto. Ou seja, a ter atitudes como ser possessivo; brigar com cães sem ser por brincadeira; encarar postes, pés de mesas e outros objetos como pontos do território a serem demarcados com urina; montar em cães, pessoas da casa ou visitas sem a menor cerimônia, entre outras artes. Na fêmea, de repente, aparece o sangramento do cio e suas consequências, como sangue no tapete e a presença dos cães da vizinhança na porta de casa.
O início da puberdade - que nada mais é do que o começo da produção dos hormônios sexuais - significa mudanças para sempre no organismo e no comportamento do cão, que podem ser o ponto de partida para problemas de relacionamento com o dono e o desenvolvimento de maus-hábitos. Por esse motivo, cada vez mais os comportamentalistas estão optando por recomendar a castração, quando não há intenção de reproduzir o cão, de preferência, antes dos 8 meses de idade. A ação dos hormônios sexuais dá início a comportamentos que podem continuar mesmo depois da castração, devido ao cão se acostumar a eles.
Do ponto de vista veterinário, a castração é o único meio de evitar a reprodução que previne, ao mesmo tempo, tumores no aparelho reprodutivo, muito comuns nos cães com idade madura e mais avançada (ver Alternativas). O problema resulta de um processo de multiplicação exagerada de células em órgãos do aparelho reprodutor, estimulado pelos hormônios sexuais. Castrar a fêmea antes dos 8 meses também é recomendado. Nas cadelas que fazem a cirurgia depois de entrar na puberdade, os casos de tumores na mama diminuem, mas não se tornam quase nulos, como acontece quando a castração é precoce.
No Brasil, há veterinários castrando aos 5 ou 6 meses de idade, costume mais generalizado nos Estados Unidos. As técnicas cirúrgica e anestésica usadas em nosso país permitem realizar a castração precoce com grande segurança. É o caso da anestesia inalatória, bastante disseminada - o cão dorme, sedado, inalando um gás anestésico por um tubo ou máscara. A cirurgia é feita rapidamente, com pequenas incisões - nos machos a operação dura apenas 20 minutos e 40 nas fêmeas, sem precisar de internação.
Nos Estados Unidos, torna-se cada vez mais comum castrar filhotes com apenas 7 ou 8 semanas de vida, já que a recuperação da cirurgia é mais rápida. Elimina-se qualquer chance de gravidez precoce, e a tecnologia permite esse avanço.
Perde adeptos a opção pela castração com cerca de 1 ano de idade, para dar tempo de os hormônios sexuais agirem. Não foram jamais provadas as teorias pelas quais essa estratégia estimularia a hipófise a produzir o hormônio do crescimento, a desenvolver a ossatura e o macho a ganhar massa muscular. Pelo contrário, não é raro ver cães castrados mais desenvolvidos do que seus irmãos não-castrados, de ninhada.
IDEIAS ERRADAS
Há várias ideias falsas sobre os efeitos prejudiciais da castração nos cães. Conheça as mais comuns:
* "Cão castrado é mais propenso a problemas de saúde”. Falso: a probabilidade de pegar doenças não aumenta com a castração. Antes pelo contrário: a retirada de útero e dos ovários, ou testículo, acaba com a possibilidade de infecções e tumores naqueles órgãos, e de complicações ligadas à gravidez e ao parto. Sem acasalamentos, as doenças sexualmente transmissíveis deixam de representar risco. Cai a incidência de tumores da mama.
* "Acasalar deixa o macho emocionalmente mais estável”. Falso: dependendo das disputas, o acasalamento pode até causar instabilidade emocional.
* “A fêmea precisa ter crias para manter o equilíbrio emocional”. Falso: não entre os dois fatos. O equilíbrio emocional fica completo com a maturidade, que ocorre por volta dos dois anos nos cães não castrados. Se uma cadela se mostrar mais calma e responsável depois da primeira ninhada, é porque amadureceu devido a ter avançado na idade e não porque se tornou mãe.
* “A falta de prática sexual causa sofrimento”. Falso: o que leva o cão à iniciativa de acasalar é exclusivamente o instinto de procriar, e não o prazer nem a necessidade afetiva. O sofrimento pode atingir machos não castrados. Por exemplo, se vivem com fêmeas não podem cruzar, ficam mais agitados, agressivos, não comem e perdem peso.
* “Castrar reduz a agressividade do cão de guarda”. Falso: a agressividade necessária para a guarda é determinada pelos instintos territorial e de caça e pelo treinamento, sem ser alterada pela castração. A dominância e a disputa sexual cariam oportunidades para o cão usar a agressividade que tem, mas não são a causa dela.
CASTRAÇÃO PRECOCE OU NÃO?
Quem convive com os cães sabe. De repente, lá pelos 8 meses de idade, o filhotinho brincalhão começa a ficar adulto. Ou seja, a ter atitudes como ser possessivo; brigar com cães sem ser por brincadeira; encarar postes, pés de mesas e outros objetos como pontos do território a serem demarcados com urina; montar em cães, pessoas da casa ou visitas sem a menor cerimônia, entre outras artes. Na fêmea, de repente, aparece o sangramento do cio e suas consequências, como sangue no tapete e a presença dos cães da vizinhança na porta de casa.
O início da puberdade - que nada mais é do que o começo da produção dos hormônios sexuais - significa mudanças para sempre no organismo e no comportamento do cão, que podem ser o ponto de partida para problemas de relacionamento com o dono e o desenvolvimento de maus-hábitos. Por esse motivo, cada vez mais os comportamentalistas estão optando por recomendar a castração, quando não há intenção de reproduzir o cão, de preferência, antes dos 8 meses de idade. A ação dos hormônios sexuais dá início a comportamentos que podem continuar mesmo depois da castração, devido ao cão se acostumar a eles.
Do ponto de vista veterinário, a castração é o único meio de evitar a reprodução que previne, ao mesmo tempo, tumores no aparelho reprodutivo, muito comuns nos cães com idade madura e mais avançada (ver Alternativas). O problema resulta de um processo de multiplicação exagerada de células em órgãos do aparelho reprodutor, estimulado pelos hormônios sexuais. Castrar a fêmea antes dos 8 meses também é recomendado. Nas cadelas que fazem a cirurgia depois de entrar na puberdade, os casos de tumores na mama diminuem, mas não se tornam quase nulos, como acontece quando a castração é precoce.
No Brasil, há veterinários castrando aos 5 ou 6 meses de idade, costume mais generalizado nos Estados Unidos. As técnicas cirúrgica e anestésica usadas em nosso país permitem realizar a castração precoce com grande segurança. É o caso da anestesia inalatória, bastante disseminada - o cão dorme, sedado, inalando um gás anestésico por um tubo ou máscara. A cirurgia é feita rapidamente, com pequenas incisões - nos machos a operação dura apenas 20 minutos e 40 nas fêmeas, sem precisar de internação.
Nos Estados Unidos, torna-se cada vez mais comum castrar filhotes com apenas 7 ou 8 semanas de vida, já que a recuperação da cirurgia é mais rápida. Elimina-se qualquer chance de gravidez precoce, e a tecnologia permite esse avanço.
Perde adeptos a opção pela castração com cerca de 1 ano de idade, para dar tempo de os hormônios sexuais agirem. Não foram jamais provadas as teorias pelas quais essa estratégia estimularia a hipófise a produzir o hormônio do crescimento, a desenvolver a ossatura e o macho a ganhar massa muscular. Pelo contrário, não é raro ver cães castrados mais desenvolvidos do que seus irmãos não-castrados, de ninhada.
IDEIAS ERRADAS
Há várias ideias falsas sobre os efeitos prejudiciais da castração nos cães. Conheça as mais comuns:
* "Cão castrado é mais propenso a problemas de saúde”. Falso: a probabilidade de pegar doenças não aumenta com a castração. Antes pelo contrário: a retirada de útero e dos ovários, ou testículo, acaba com a possibilidade de infecções e tumores naqueles órgãos, e de complicações ligadas à gravidez e ao parto. Sem acasalamentos, as doenças sexualmente transmissíveis deixam de representar risco. Cai a incidência de tumores da mama.
* "Acasalar deixa o macho emocionalmente mais estável”. Falso: dependendo das disputas, o acasalamento pode até causar instabilidade emocional.
* “A fêmea precisa ter crias para manter o equilíbrio emocional”. Falso: não entre os dois fatos. O equilíbrio emocional fica completo com a maturidade, que ocorre por volta dos dois anos nos cães não castrados. Se uma cadela se mostrar mais calma e responsável depois da primeira ninhada, é porque amadureceu devido a ter avançado na idade e não porque se tornou mãe.
* “A falta de prática sexual causa sofrimento”. Falso: o que leva o cão à iniciativa de acasalar é exclusivamente o instinto de procriar, e não o prazer nem a necessidade afetiva. O sofrimento pode atingir machos não castrados. Por exemplo, se vivem com fêmeas não podem cruzar, ficam mais agitados, agressivos, não comem e perdem peso.
* “Castrar reduz a agressividade do cão de guarda”. Falso: a agressividade necessária para a guarda é determinada pelos instintos territorial e de caça e pelo treinamento, sem ser alterada pela castração. A dominância e a disputa sexual cariam oportunidades para o cão usar a agressividade que tem, mas não são a causa dela.
CASTRAÇÃO PRECOCE OU NÃO?
Item
|
Castração depois de 8 meses
|
Castração antes de 8 meses
|
Estabilidade de comportamento
|
Maior
|
Muito
maior
|
Agressividade por disputa sexual
|
Menor
|
Muito
menor
|
Brigas
com outros cães
|
Menos
|
Muito
menos
|
Montar
em outras cães ou pessoas
|
Menos
|
Quase
nulo
|
Demarcação de território com urina
|
Menos
|
Quase
nula
|
Possessividade exagerada
|
Menor
|
Muito
menor
|
Tendência a engordar
|
Alta
|
Mínima
|
Probabilidade de tumor na mama
|
Média
|
Quase
menor
|
Maturidade emocional
|
Cerca
de 2 anos
|
Cercas
de 2,5 anos
|
Fugas
em buscas de fêmeas
|
Muito
menos
|
Nulas
|
Instituto Territorial
|
Inalterado
|
Inalterado
|
Instituto de guarda
|
Inalterado
|
Inalterado
|
Desenvolvimento físico
|
Inalterado
|
Inalterado
|
CORRIGINDO COMPORTAMENTOS
A castração ajuda a corrigir comportamentos indesejados, é o que garante um estudo feito em cães machos pelo Veterinary Medical Teaching Hospital, da Universidade da Califórnia, em conjunto com a Small Animal Clinic, da Universidade de Michigan. Bastou a cirurgia ser feita para, em grande porte dos casos, cessar o comportamento indesejado, obtendo-se uma rápida solução. Em outros casos, de maus-hábitos mais arraigados, a correção demorou mais, por exigir também um trabalho de reeducação do cão. Vejo os resultados obtidos:
Fugir - 94% dos casos foram, resolvidos, 47% deles rapidamente.
Montar - 67% dos casos foram resolvidos, 50% deles rapidamente.
Demarcar território - 50% dos casos foram resolvidos, 60% deles rapidamente.
Agredir outros machos - 63% dos casos foram resolvidos, 60% deles rapidamente.
Nos exemplares castrados, a agressividade por defesa territorial ou por medo não foi alterada. Alguns cães ficaram mais calmos e mais carinhosos, mantendo maior proximidade física dos donos, e deixando de encarar qualquer movimento como provocação.
ALTERNATIVAS
Quem não quer reproduzir o cão pode também recorrer a anticoncepcionais e, se ele for macho, à vasectomia. Compare:
Anticoncepcionais - seu uso deve ser limitado. Podem ter efeitos colaterais graves, devido a agirem com base em produtos derivados de hormônios. Quanto maior o uso, maior o risco. Entre os passíveis efeitos colaterais, há os tumores de mama, de útero e de ovário; as infecções ou inflamação no útero; a diabetes; a morte de fetos se a fêmea estiver grávida, e o maior apetite e obesidade. O acompanhamento veterinário é importante.
Vasectomia em machos - consiste em cortar o ducto que leva os espermatozóides a saírem durante a ejaculação. A produção dos hormônios sexuais continua normal, sendo mantido o instinto sexual e as demais influências do hormônio sexual no comportamento e no organismo. A cirurgia é normalmente feita em cães adultos, para melhor visualização da área da cirurgia.
A castração ajuda a corrigir comportamentos indesejados, é o que garante um estudo feito em cães machos pelo Veterinary Medical Teaching Hospital, da Universidade da Califórnia, em conjunto com a Small Animal Clinic, da Universidade de Michigan. Bastou a cirurgia ser feita para, em grande porte dos casos, cessar o comportamento indesejado, obtendo-se uma rápida solução. Em outros casos, de maus-hábitos mais arraigados, a correção demorou mais, por exigir também um trabalho de reeducação do cão. Vejo os resultados obtidos:
Fugir - 94% dos casos foram, resolvidos, 47% deles rapidamente.
Montar - 67% dos casos foram resolvidos, 50% deles rapidamente.
Demarcar território - 50% dos casos foram resolvidos, 60% deles rapidamente.
Agredir outros machos - 63% dos casos foram resolvidos, 60% deles rapidamente.
Nos exemplares castrados, a agressividade por defesa territorial ou por medo não foi alterada. Alguns cães ficaram mais calmos e mais carinhosos, mantendo maior proximidade física dos donos, e deixando de encarar qualquer movimento como provocação.
ALTERNATIVAS
Quem não quer reproduzir o cão pode também recorrer a anticoncepcionais e, se ele for macho, à vasectomia. Compare:
Anticoncepcionais - seu uso deve ser limitado. Podem ter efeitos colaterais graves, devido a agirem com base em produtos derivados de hormônios. Quanto maior o uso, maior o risco. Entre os passíveis efeitos colaterais, há os tumores de mama, de útero e de ovário; as infecções ou inflamação no útero; a diabetes; a morte de fetos se a fêmea estiver grávida, e o maior apetite e obesidade. O acompanhamento veterinário é importante.
Vasectomia em machos - consiste em cortar o ducto que leva os espermatozóides a saírem durante a ejaculação. A produção dos hormônios sexuais continua normal, sendo mantido o instinto sexual e as demais influências do hormônio sexual no comportamento e no organismo. A cirurgia é normalmente feita em cães adultos, para melhor visualização da área da cirurgia.
Fonte:pug.com.br
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